Quando falamos sobre ouvir música "clássica" ou "erudita", a
primeira impressão sugere certa pompa, passado sobre o presente e carrega uma certa
arrogância que os termos transmitem. No entanto, se escolhêssemos nome melhor (as vezes
utiliza-se o nome "concerto") poderíamos estar deixando de lado milhares de
obras compostas ao longo dos anos que não tem nada a ver com o que conhecemos como
concerto. Assim, como o nome "música clássica" é um termo consagrado,
deixemos as impressões de lado e vejamos o que ela significa. A música clássica é
uma tradição ocidental que tem seus primórdios na Idade Média, há mais de 1.500 anos,
e cujas raízes vão mais longe ainda. Ela engloba os mais variados estilos e épocas:
desde o canto gregoriano, passando pela polifonia medieval e renascentista, até as
riquezas e sutilezas do barroco, as sinfonias e sonatas clássicas, a multiplicidade de
estilos no século 19 e a reinvenção permanente das coisas no nosso século, tendo em
comum uma linhagem da música estudada, elaborada.
Esse amplo leque de opções pode no início assustar ao ouvinte iniciante. A primeira
pergunta que vem é - Por onde começar ? Devo então ouvir tudo para entender? A resposta
é não, qualquer obra que se ouça é um bom começo, não precisa ser um
"erudito" para ouvir os compositores chamados de eruditos.
Como toda tradição, a música clássica é um universo de nomes, conceitos, formas,
estilos e técnicas, codificados numa linguagem quase incompreensível para quem não for
especialista. Vamos falar um pouco sobre o tema nas páginas seguintes.
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