Sinfonia - A palavra
"sinfonia" vem do grego e significa "reunião de
vozes". No início do período barroco, uma sinfonia é
simplesmente uma peça para vários instrumentos, com ou sem vozes
humanas. Mais tarde, em meados do século 18, a sinfonia passa a
designar uma peça para orquestra, que serve de "abertura"
para um balé ou ópera. O desenvolvimento dessas aberturas e sua divisão
em três ou mais movimentos leva à sinfonia do período clássico, que
é o modelo por excelência do que se conhece hoje por sinfonia. Se a música
de câmara tem analogias com a poesia lírica, a sinfonia é o
equivalente musical do romance: uma peça em grande escala, com várias
camadas de interesse, unificadas por um ou mais motivos centrais. A
sinfonia adota os princípios de construção da sonata para o idioma
orquestral. No curso do século 19, o modelo da sinfonia clássica vê-se
expandido de muitas formas: desde a sinfonia que interliga todos os
movimentos, sem pausa, até o poema sinfônico, as formas "cíclicas"
e as grandes sinfonias da virada do século, em muitos movimentos e
chegando a mais de 90 minutos de duração. O espírito sinfônico exige
controle da relação entre os movimentos, tanto quanto dos elementos
internos de cada um. A sinfonia clássica é um gênero público, por
oposição à música de câmara, privada. Essa distinção vai perdendo
valor ao longo do romantismo, quando a sinfonia se torna um dos
principais meios de expressão pessoal do compositor. No século 20, a
forma sinfônica cai em relativo desuso. Uma peça como "La Mer"
(1904) de Debussy ainda pode ser descrita como sinfonia; mas "A
Sagração da Primavera" de Stravinski (1913) já faz da orquestra
o veículo para uma outra idéia de música. Quando o nome
"sinfonia" é empregado por compositores como Messiaen ou
Berio, a palavra não se refere mais aos modelos da sinfonia clássica e
romântica, e em certa medida retorna ao seu sentido original.
Lista seleta de sinfonias:
1. C. P. E. Bach (1714-88), Sinfonias "Hamburgo"
2. Mozart (1756-91), Sinfonias (39, 40 e 41).
3. Beethoven (1770-1827), Sinfonias (1 a 9)
4. Berlioz (1803-69), Sinfonia "Fantástica"
5. Brahms (1833-97), Sinfonias (1 a 4)
Sonata - A palavra "sonata" quer dizer muitas coisas
diferentes ao longo da história da música. Mas quando se fala em
sonata, hoje, via de regra está-se fazendo referência ao modelo
clássico da sonata, consolidado por Mozart e Haydn em fins do século
18 e posteriormente expandido por Beethoven, Schubert, Liszt e outros no
19. É importante diferenciar a sonata (uma composição tonal,
geralmente em três ou mais movimentos (allegro, adagio, rondó, por
exemplo), para um instrumento acompanhado ou não da
"forma-sonata", que aparece não só em certos movimentos de
uma sonata (quase sempre o primeiro), mas também em muitos outros tipos
de peça, como a sinfonia e o concerto. No romantismo, depois de
Beethoven, a sonata será um veículo do "sublime", assumindo
na música o mesmo papel do épico na poesia ou dos grandes painéis
históricos na pintura. A sonata romântica libera-se cada vez mais do
modelo clássico e pode incorporar outros gêneros (como a fuga e a
fantasia). No século 20, a sonata continua em uso nas mãos de
compositores tão diversos como Debussy e Prokofiev, Boulez e Elliott
Carter. Ela implica sempre, em alguma medida, uma visão classicista da
música. A forma-sonata é mais propriamente uma forma de pensar a
composição do que um molde específico. A sonata está para a música
de câmara como a sinfonia para a orquestra: são as duas formas
centrais do período tonal. O modelo escolástico da forma-sonata foi
definido por A. B. Marx, em 1845 e consiste no seguinte: 1. exposição,
com dois grupos temáticos, o primeiro na tônica e o segundo na
dominante; 2. desenvolvimento, onde os temas são trabalhados em
regiões harmônicas distantes; 3. recapitulação, que traz de volta os
temas na tônica. O modelo não é prescritivo -serve mais de centro
abstrato para onde convergem todas essas composições, que são sempre
variações da forma-sonata. O mais importante na forma-sonata é a
maneira como as possibilidades narrativas e dramáticas da tonalidade
são desencadeadas.
Lista seleta de sonatas:
1. Domenico Scarlatti (1685-1757), Sonatas para cravo.
2. Haydn (1732-1809), Sonata para piano em mi bemol maior, Hob XVI: 52.
3. Mozart (1756-91), Sonatas para piano K. 310, 330 e 333.
4. Beethoven (1770-1827), Sonatas para piano op. 31/2 ("A
Tempestade'), op. 57 ("Appassionata'), op. 106 ("Hammerklavier"),
op. 110 e 111.
5. Debussy (1862-1918), Sonata para flauta, viola e harpa.
Suíte - Na Renascença, era uma seqüência de danças executadas
por conjuntos musicais, todas no mesmo tom, que se tornaram
progressivamente menos dançáveis.
Tocata - Designação antiga de composição musical para
instrumento de teclado.
|