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Antigamente
eram muito comuns práticas de jejum religioso, chamado também de anorexia
santa, hoje conhecida como anorexia nervosa. É reconhecida desde a Idade Média
e foi descrita primeiramente em 1874[1],
ressaltando os componentes emocionais de fantasia como traços predominantes na
personalidade destes pacientes. O
distúrbio foi caracterizado por ser uma resposta à tensão social e de definição
sexual e que se iniciaram na puberdade, onde ocorrem as mudanças do corpo físico
e mental. Esse
distúrbio ocorre com mais freqüência em jovens e mulheres que têm uma imagem
distorcida de seu corpo, tendo como maior objetivo chegar a pesos cada vez
menores. Esse é o principal aspecto do quadro do distúrbio: perturbações da
imagem corporal. É
um comportamento alimentar que tem como principal característica limitações
dietéticas, apresentando um medo intenso de ganhar peso. Não há uma perda
real do apetite, tudo realmente é consciente. Os
anoréticos ingerem pouquíssimos alimentos, pouca energia conseqüentemente e
fazem, na maioria dos casos, exercícios físicos em excesso como ciclismo
extensivo, caminhadas ou corridas, atividades essas as mais comuns. Esses
pacientes nunca percebem o que está acontecendo e, não conseguindo se
autocuidar, o distúrbio psicológico ou físico da função hipotalâmica (no
hipotálamo) faz com que usem de vômitos, em 40% dos casos, laxantes e diuréticos
para alcançarem seu objetivo (esses pacientes podem ser chamados de anoréticos
bulímicos). Os neurotrasmissores (serotonina, norepinefrina e dopamina
relacionados diretamente com a saciedade, comportamento alimentar e apetite)
foram mais bem estudados e daí provém a causa de um distúrbio nas funções
do hipotálamo, havendo provavelmente uma desregulação desses três
neurotrasmissores. A produção de cortisol aumentada presente na anorexia
nervosa foi recentemente registrada na área hipotalâmica.[2]
Outra
característica bastante forte é de como os pacientes lidam com os alimentos,
pensando constantemente nos mesmos e colecionando receitas para elaborar pratos
diversos para amigos e familiares. Têm mania de cortar os alimentos em pequenos
pedaços para serem melhor “armazenados” (nos armários, quarto, dentro de
roupas, etc.). Os parentes mais próximos do anorético têm um risco dez vezes
maior de apresentar e desenvolver a doença. Ocorre
nos pacientes com anorexia a elevação das enzimas séricas, isso ocorre tanto
na fase onde o paciente está com a doença bem desenvolvida como no tratamento,
que provoca a degeneração da gordura presente no fígado.
São encontrados também altos níveis de magnésio, zinco e fosfato, o
que desregula o equilíbrio interno do corpo. O colesterol sérico acima do
desejado também é encontrado em altas quantidades, principalmente nos jovens,
a hipercolesterolemia é comum e os testes de função hepática podem estar
alterados. Os
níveis de hormônio tiróideano (tiroxina sérica ou T4) podem estar diminuídos,
assim como pode haver aumento da cortisona plasmática (hiperadrenocorticismo) e
a resposta anormal a uma variedade de provocações neuroendrócrinas são
comuns. Em mulheres, baixos níveis de estrógeno sérico estão presentes,
enquanto os homens têm baixos níveis de testosterona. Existe uma regressão do
eixo hipotalâmico-pituitário-gonadal em ambos os sexos, no sentido de que o
padrão de secreção de hormônio luteinizante (LH) em 24 horas assemelha-se àquele
normalmente visto em pacientes pré-púberes ou na puberdade[3]. Alterações no ritmo
cardíaco dos anoréticos podem ser analisadas no eletrocardiograma que acusa
bradicardia sinusal (diminuição do ritmo cardíaco) e arritmias. A tomografia
(imagem cerebral) mostra um aumento na razão ventricular-cerebral. Essas e
outras complicações podem ser observadas na TABELA 2. A
mais forte evidência de um componente genético se origina de estudos de
pesquisadores ingleses, que encontraram uma concordância para anorexia nervosa
em monozigotos entre 35 e 50%; entre os gêmeos dizigóticos esse índice era de
10 a 17%.[4]
Os irmãos do anorético tendem a ter a doença, mas isso não pela genética e
sim por fatores ambientais. O
estado nutricional desses doentes é muito debilitado, considerado desnutrição
grave, pois há uma perda de peso que leva a manutenção do peso corpóreo em
15% abaixo do esperado. Quando
o paciente apresenta hábitos estranhos e se recusa a comer, pode ser um começo
de anorexia, que faz com que o doente perca de 25 a 30% de peso corpóreo. O
paciente nega sentir fome, restringe sua alimentação sendo essa pouquíssimo
calórica e de quantidade insignificante[5].
Os sintomas podem ser mais bem analisados na TABELA 3. Os
anoréticos estão de costas para os alimentos, enquanto que os bulímicos estão
de frente para eles. Dois tipos de anoréticos podem ser citados: o anorético
restrito que tem como características ser perfeccionista, consciente e adaptável
limita suas opções alimentares, consome o mínimo possível de calorias, e com
freqüência, tem traços obsessivo-compulsivos com relação a alimentos e
outras questões[6].
O anorético bulímico pode ser rebelde, apresentar instabilidade emocional e
impulsividade, nesse tipo de anorexia há grande taxa de suicídio. Na maioria das vezes a menstruação cessa antes da diminuição grave do peso. Ou seja, a desnutrição não é a única causa da amenorréia. Por outro lado, às vezes a menstruação recomeça antes de um ganho de peso importante[7]. A anorexia nervosa se inicia com uma simples dieta, eliminando os alimentos ricos em energia primeiramente, porém, todos os tipos de alimentos vão sendo restritos. Num estágio desenvolvido é possível observar pacientes que sobrevivem com poucos vegetais, uma fruta ou uma fatia de queijo, ocorrendo também o consumo de apenas café durante o dia inteiro. Os
anoréticos precisam de um tratamento muitas vezes hospitalização onde receberá
apoio de toda uma equipe, que cuidará de seu estado nutricional, fazendo com
que o paciente ingira a cada dia uma maior quantidade de alimentos para o ganho
de peso. Esses doentes, para ganhar peso, necessitam de 4000 a 5000Kcal/dia.
Necessitam durante e depois de acompanhamento psicológico, participando de sessões
de psicoterapia tanto individual como familiar. Os psicanalistas concordam que
os pacientes jovens mostram-se incapazes de se separarem psicologicamente de
suas mães[8]. Muitos
pacientes, durante toda a vida, apresentam alterações psicológicas. Os casos
de anorexia bulímica são na maioria das vezes mais fáceis de serem tratados,
pois o paciente tem um ganho de peso mais rapidamente.
As alterações tanto metabólicas como fisiológicas no corpo de um
indivíduo que apresenta anorexia nervosa, podem leva-lo à morte. Estudos
mostram a taxa de mortalidade, dos indivíduos com o distúrbio, entre 5 a 18%. [1] Mahan, L.Kathleen; Escott-Stump. Krause: Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. São Paulo: Roca, 1998. [2] Talbott, John A. et al: Tratado de Psiquiatria. Porto Alegre: Artes Médicas, 1992. [3] Psiq web (pegar o site) [4] Casper,1986. Retirado do livro Psiquiatria Básica organizado por Rodrigues, Mario et al. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. [5] http://www.brazilpednews.org.br/marco99/ar999002.htm [6] Kaplan, Harol I. et al. Compêndio de Psiquiatria: ciências comportamento e psiquiatria clínica. 9a ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. [7] http://www.mentalhelp.com.br/Anorexia_Bulimia.htm [8] Kaplan, Harol I. et al. Compêndio de Psiquiatria: ciências comportamento e psiquiatria clínica. 9a ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997. Veja também os dados numéricos sobre os Distúrbios Alimentares |
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